terça-feira, 22 de agosto de 2017

Homem é preso por manter filha autista em cárcere privado, comendo terra e fezes ‘como um cão’

“Ela estava igual a um cachorro, que você vai lá, põe comida e deixa preso. O próprio cachorro ainda tinha a liberdade de sair para dar uma volta e a mulher não.” Essa foi a descrição usada pela Polícia Civil nesta segunda-feira para explicar a forma como vinha sendo mantida uma mulher autista de 39 anos, vítima de sequestro e cárcere privado há cerca de um ano, em Belo Horizonte.

O autor do crime era o próprio pai dela que, após o início de uma relação estável com a atual mulher, passou a trancar a filha em um terreno que funcionava como estacionamento de veículos. No local, no Bairro Goiânia, Região Nordeste da capital, a polícia constatou que ela tinha como companhia um cachorro, recebia alimentação jogada pelo muro em potes de sorvete e até comia terra e as próprias fezes.
José Tomé da Cruz, de 61 anos, e sua companheira, Vera Lúcia da Cruz, de 47, foram presos. Ele foi levado para o Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) Gameleira, em BH, e ela está encarcerada no presídio de São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com o delegado Rodolfo Rabelo Alves, da 4ª Delegacia Leste, os dois vão responder pelo crime de sequestro e cárcere privado qualificado, já que a vítima tem relação de parentesco com o agressor e o cárcere é superior a 15 dias.
Segundo o delegado, a polícia chegou até o caso por meio de denúncia de vizinhos e, em dois dias de observações e filmagens no local pôde constatar o crime contra a mulher que não fala e estava em situação degradante. “Recebemos a informação que teria uma moça que era mantida em cárcere em um lote, junto com um animal. Fomos ate o imóvel onde foi possível ver essa situação. Vimos que um homem ia lá, dava alimento para ela e a deixava sozinha e durante o dia. No lote, ela urinava no chão, onde também fazia suas necessidades, comia terra e comia fezes. E no período noturno, ela era trancada em um cômodo e só era solta na parte da manhã”, explica o delegado. Informações do Diário de Pernambuco.


* Blogue Assis Silva

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