sábado, 29 de outubro de 2016

Maternidade de Patos, nega erros em caso de bebê que perdeu parte do dedo, na Paraíba


Caso aconteceu na Maternidade Peregrino Filho, em Patos

A maternidade Dr. Peregrino Filho divulgou nota nesta sexta-feira (28) para negar que tenha cometido falha no atendimento de uma criança que teve parte do dedo amputado. O caso foi relatado como negligência médica à Polícia Civil em Patos, cidade onde fica a maternidade, a 310 km de João Pessoa.
Segundo a nota, todos os procedimentos necessários para o atendimento da criança foram feitos em tempo hábil e não houve qualquer negligência por parte da equipe médica da unidade.

A maternidade disse ainda que está à disposição das autoridades e entidades médicas (CRM e Coren) para esclarecer qualquer fato. A direção informou que tem um compromisso com a prestação de serviço "que torna a Peregrino Filho referência para pacientes de mais de 90 municípios da Paraíba, com uma média de 360 partos por mês". 

Além de se explicar, a maternidade divulgou também como procedeu com o atendimento desde quando passou a acompanhar a criança, usando alguns termos técnicos que não foram esclarecidos. A maternidade mostra o momento em que o dedo da criança apresentou o problema e com procedeu para tratá-lo, mas não esclarece o que pode tê-lo causado.

Veja na íntegra, com termos técnicos 'traduzidos' pelo Portal Correio, entre colchetes.

"O recém-nascido nasceu no dia 15 de agosto, de parto normal, não chorou ao nascimento, estava anoxiado [sem oxigênio], com apgar 2 e 7 [teste de vitalidade da criança], e foi, após os primeiros cuidados, encaminhado para UCIN [Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais] onde apresentou tremores nos membros e bastante agitação. No mesmo dia, às 17h30, foi percebido cianose [coloração arroxeada] em seu dedo médio, mas com apresentação de movimentos ao estímulo. O pediatra fez a averiguação, prescreveu o uso de reparil + pomada fibrinase com cloranfenical no dedo, 4x ao dia. No dia 23, com um quadro de regressão da lesão do dedo médio direito e estável em todas as suas funções vitais, o recém-nascido foi admitido no alojamento conjunto inferior, onde foi feito o Debridamento Cirúrgico, que é a remoção do tecido desvitalizado, pelo cirurgião Dr. Odir Borges. Posteriormente, foi solicitado pela Maternidade uma avaliação vascular no dedo do RN [recém-nascido], feita pelo médico Dr. Davi Dias Inocêncio, que detectou necrose [morte do tecido] de falange média e distal do terceiro quirodactilo. O RN retornou então para a UCIN apresentando piora da lesão do dedo médio, sendo em seguida, transferido para o HU de Campina Grande, local de tratamento específico deste tipo de lesão. A partir daí, o caso passou a ser acompanhado por profissionais do HU de Campina Grande e desde então não houve contato dos familiares do bebê com a maternidade, que foi surpreendida com as notícias veiculadas na imprensa atribuindo-lhe negligência no caso do RN, que, sem resposta ao tratamento, teve que amputar a falange do terceiro quirodáctilo da mão direita".

De acordo com o delegado seccional da Polícia Civil em Patos, Sylvio Rabello, os pais da criança relataram que ela nasceu prematura, mas sem problemas de formação. Incubado, o bebê precisou tomar soro na veia da mão esquerda até receber alta.

Em casa, os pais da criança notaram a piora do dedo e foram ao Hospital Universitário de Campina Grande. Lá, eles receberam orientação de buscar atendimento com um médico particular de Patos.

Na clínica em Patos, os pais do bebê foram avisados pelo médico sobre a necrose de parte do dedo e que a solução seria a amputação, realizada 15 dias após o nascimento da criança.

“Enquanto o soro era administrado, o dedo do bebê começou a escurecer e, ao que tudo indica, não houve o devido acompanhamento médico. Recebemos a denúncia e estamos com inquérito instaurado para descobrir o que aconteceu. Porém, já existem indícios de erro médico”, afirmou o delegado.

* Portal Correio

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