quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Menina era Mantida em Armário Por Seis Anos nos EUA

A menina tinha o peso de uma criança de 2 anos

Pela primeira vez em anos, Lauren Kavanaugh deixou os antidepressivos e remédios para transtorno bipolar de lado. Passou a fazer exercícios, a conversar mais e concluiu o ensino médio. Aos 20 anos, a jovem que vive em uma casa de campo na cidade de Canton, no Texas, nos Estados Unidos, parece superar o passado aos poucos. Aos 8 anos de idade, ela foi resgatada pela polícia dentro de um closet onde era mantida desde os 2 anos.

A história é semelhante ao caso que foi noticiado nos últimos dias. Uma mãe na França manteve a filha de 2 anos escondida desde o nascimento, no porta-malas de um carro. A menina foi encontrada por um mecânico, desnutrida e com atrasos intelectuais. A mãe foi presa e o advogado de defesa alegou que a mulher não tinha plena consciência do que havia feito.
No caso de Lauren, não há dúvidas de que a mãe tinha total consciência dos atos. A menina passou passou seis anos trancada. Durante esse tempo, sofreu abuso sexual, foi maltratada fisicamente e psicologicamente pela própria mãe e pelo padrasto. Quando finalmente foi encontrada, Lauren tinha um retardo mental. Segundo uma matéria especial publicada pelo jornal The Dallas Morning News, aos 8 anos ela não sabia sentar em uma cadeira, segurar um lápis e muito menos conhecia o alfabeto.

Lauren, quando foi encontrada
Lauren, quando foi encontrada Foto: Reprodução / Distrito de Dallas

- Quando eu comecei a ver Lauren, ela não era sociável, tinha uma depressão crônica, era suicida e se sentia sem esperanças - contou Lindsay Jones, terapeuta da jovem há seis anos. - Hoje, ela está pronta para abraçar o passado. Ela não tem mais vergonha disso. Ela pensa ‘isso aconteceu comigo, mas ainda estou aqui. Sobrevivi e estou prosperando’.
Lauren vive com a mãe adotiva, Sabrina Kavanaugh, e três cachorros. Sabrina e o marido adotaram Lauren ainda bebê, mas foram obrigados a devolvê-la para a mãe biológica, Barbara Atkinson, quando a menina tinha 1 ano e 8 meses. Barbara alegava que havia se arrependido de ter dado a filha para adoção.

A menina tinha o peso de uma criança de 2 anos
A menina tinha o peso de uma criança de 2 anos Foto: Reprodução / Distrito de Dallas

Nas mãos de Barbara e de Kenneth Ray Atkinson, ela sofreu durante seis anos, presa em um armário. Quando a policia a encontrou, Lauren estava suja, sentada nas próprias fezes e urina e tinha a boca suja de excrementos. O casal não alimentava a criança, a agredia e a estuprava. Aos 8 anos, Lauren pesava o mesmo que uma criança de 2 anos. Dentro do closet, ela só via um feixe de luz que passava sob a porta.
Blake Strohl, filha mais velha de Barbara e meia-irmã de Lauren, conta que, aos 10 anos, viu a menina machucada em inúmeras ocasiões. Às vezes, tirava a irmã do armário no meio da noite e dava um banho nela. A menina tinha queimaduras de cigarro pelo corpo, manchas de sangue e a vagina inchada.
- Eu sabia que ela precisava de ajuda - disse a jovem, hoje com 23 anos. - Ela conseguia falar comigo, mas era quase como se eu estivesse falando com um bebê.

Ela vivia em um armário, em condições desumanas
Ela vivia em um armário, em condições desumanas Foto: Reprodução / Distrito de Dallas

Ao Dallas Morning News, Blake contou também que a vida sexual da mãe e do padrasto era bastante ativa.
- Eu sabia que eles faziam muito sexo porque podia ouvir, mas não sabia o que estavam fazendo com ela. Eles sempre ligavam música muito alto. Lauren gritava, mas eu sempre pensava que eles estavam batendo nela. Ela gritava demais.

Lauren sofreu muitos abusos
Lauren sofreu muitos abusos Foto: Reprodução / Distrito de Dallas

Pelo que fizeram com Lauren, Barbara e Kenneth foram sentenciados à prisão perpétua. Sabrina conseguiu adotar a criança, definitivamente, cerca de um ano após o resgate. Lauren foi libertada aos 8 anos, mas condenada a carregar as lembranças da infância pelo resto da vida.
- Espero um dia ter uma vida normal. É claro que a minha vida nunca foi normal - disse Lauren, em entrevista à publicação. - Eu não quero ser como os meus pais. Esse é o meu foco. Eu tenho medo de virar o que eles eram, porque todos os dias eu sinto isso. Eu tenho aquele raiva dentro de mim como a minha a mãe.

* Reprodução Márcio Melo

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