quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Briga faz mulher levar o próprio irmão ao "tribunal do crime" em Guarulhos

Após brigas constantes, uma mulher resolveu pedir ajuda ao marido, um detento, para levar o irmão a um “tribunal do crime”. Segundo a Polícia Civil, Bruna da Silva Ferreira teria participado do “julgamento” de Jonathan Ferreira, em Guarulhos, no último sábado (27). O rapaz está desaparecido.

Bruna e Geraldo Batista de Oliveira foram presos temporariamente na madrugada de quarta-feira (30). Segundo o delegado Fernando Santiago, que investiga o caso, Oliveira já tem várias passagens pela polícia e é um dos que participaram do “tribunal”. A irmã também estava presente.
De acordo com Santiago, Ferreira pertencia à facção CRBC (Comando Revolucionário Brasileiro do Crime). Ele teria sido obrigado a se associar ao grupo ao ficar preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, pelo crime de roubo. O marido de Bruna, detento do CDP 2 de Guarulhos é integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital). As duas facções são rivais. O delegado diz que esse já era um dos motivos pelo qual os dois brigavam.
— Ela não gostava que ele fosse do CRBC. Para a irmã, o sinal de status é pertencer ao PCC. O cunhado também não se dava bem com ele.  
A vítima morava com a mãe e com o irmão e foi sequestrada no sábado. Os familiares foram registrar o boletim de ocorrência do desaparecimento. Nesta semana, a polícia começou a ouvir quem era próximo e ele, de acordo com Santiago.
— A mãe diz no depoimento que desde que o rapaz sumiu a irmã não demonstrou nenhuma preocupação. Por isso nós sempre suspeitamos dela.
Na terça-feira (29), o delegado pediu a prisão temporária dos dois e a Justiça aceitou. Nos próximos dez dias, a polícia ainda vai atrás de mais provas para pedir a prisão preventiva — até o julgamento — deles. Eles negam participação.
O delegado pretende ir ao presídio nos próximos dias para ouvir o marido de Bruna. Outros três homens que teriam envolvimento estão sendo procurados. Pelo menos um deles, conhecido como “Japa”, que teria liderado o “tribunal do crime”, já foi identificado.
Como nenhum corpo foi encontrado, a polícia continua investigando o caso como um sequestro. No entanto, a polícia acha pequena a possibilidade de o rapaz aparecer vivo.
* Reprodução Márcio Melo

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