terça-feira, 26 de junho de 2012


MPF-CE pede a anulação do Sisu do segundo semestre


Procurador da república diz que vagas têm que ser preenchidas por lista de espera do primeiro semestre


RIO - O Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) ingressou com ação civil pública pedindo a anulação do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do segundo semestre, que abriu nesta segunda-feira (25). De acordo com o procurador da república Oscar Costa Filho, o novo processo seletivo prejudica candidados que já estavam inscritos na primeira edição deste ano do Sisu, mas não conseguiram uma vaga.
- Como um aluno já matriculado em uma universidade pode concorrer ao Sisu novamente, muitos candidatos que haviam sido aprovados no primeiro semestre estão saindo de seus cursos e se inscrevendo de novo. Inclusive, recebi informações de que colégios de Fortaleza estavam pagando a ex-alunos para colocar suas notas novamente no Sisu - disse o procurador.
Candidato a uma vaga em Engenharia Eletrônica na UFRJ, Brenno Tavares está passando por essa situação. Na primeira chamada do Sisu do início do ano, ele ficou na 118ª colocação. Ao fim do processo, terminou em oitavo lugar na lista de espera. Já no processo seletivo que abriu nesta segunda-feira (25), ele caiu para o 171º lugar.
- Não deveria haver Sisu no segundo semestre ou, se houvesse, que fosse participar apenas quem não tivesse passado na edição do primeiro semestre. Porque para mim não adiantou muito e para muitos também não - reclama o estudante.
Segundo Oscar Costa Filho, as vagas do segundo semestre deveriam ser ocupadas pela lista de espera do Sisu do início de ano. Ele argumenta que o processo seletivo tem gerado vagas ociosas que facilitam as fraudes. Em sua ação, o procurador juntou reportagens de O GLOBO que denunciaram a venda de vagas na Unirio. De acordo com ele, na Universidade Federal do Ceará (UFC), também houve 17 vagas ociosas em Medicina no último ano.
- Quero mostrar que o Sisu proporciona uma maneira desenfreada de vagas ociosas inclusive em cursos nobres, simplesmente porque o aluno não quer mais ou de forma deliberada. Essas vagas são preenchidas por transferências, o que facilita fraudes.
O Ministério da Educação informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “está absolutamente seguro do processo transparente e republicano do Sisu. E confia que a Justiça brasileira vai assegurar o acesso democrático à universidade pública federal. Não chega a ser uma novidade a manifestação deste procurador do Ministério Público do Ceará, que apesar de não ter responsabilidade específica em educação, já impetrou mais de 10 representações, todas devidamente recusadas pela magistratura”, diz a nota oficial.


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